SAÚDE MENTAL NO MUNDO DE HOJE.

Se quisermos pensar em saúde, na saúde do homem em todas as dimensões, física, psicológica e social, temos que ver o homem como um organismo biológico e dependente do ambiente físico-químico, por isso necessitamos de um modelo que não destaque e isole o homem do mundo onde ele vive a sua humanidade. Em o "Mal estar da Civilização" Freud, sugeriu que todo o sofrimento humano tem basicamente três origens: 1-a supremacia da natureza sobre nós,(acarretando nossa mortalidade);2-a fragilidade dos nossos corpos, (sujeitos as doenças,às dores e às limitações);3-finalmente, os conflitos advindos das relações entre os homens e a falta de vínculo. Hoje produzimos vínculos superficiais é porque não temos dado a verdadeira importância que a família tem. As pessoas estão atrapalhadas, confundem relações comerciais com as relações que podem trazer o equilíbrio mental que são os vínculos amorosos e família. Para estarmos orientados é preciso termos no outro o porto seguro, o espelho, deixar de nos preocupar com o próprio umbigo e enxergar o outro como um ser diferente de nós. As relações hoje são transitórias, as pessoas passam a se consumir umas as outras como se fossem mercadorias, as relações de amor se distanciam de um ideal agregador para um fluxo sem compromisso, e isso confunde as pessoas, e frente essas diversidades é que a felicidade se perde por causa da fantasia de que tudo se pode, não há limites e, assim, não há saúde mental. Espero que este pequeno texto possa não apenas esclarecer mas provocar novas dúvidas em relação a esse vazio que as pessoas se encontram no mundo globalizado e pensem na sua existência como sendo um ser bio-psico-social e no quê realmente a faz feliz.

BUSCA DO PARCEIRO AMOROSO NA VIDA ADULTA.

A dúvida intrigante é porque escolhemos alguém que, muitas vezes, se assemelha aos nossos cuidadores ou a nós mesmos e como ocorre esta identificação com algo que não podemos ver e nem sequer pensar sobre o que está acontecendo. Podemos nos identificar com as coisas boas do indivíduo ou com o sintoma que ele apresenta, o que está atras desta escolha que fizemos? problemas que se apresentam no outro, mas que reconhecemos como nosso,Quando a pessoa anula o outro e se identifica com o sintoma, no senso comum se diz que é empatia para nós psicologos tem a ver com a identificação. A pessoa pode se identificar de duas maneiras, a primeira é através da vontade consciente o que chamamos de admiração, gostar do jeito dela, de como ela se veste, enfim traços que são visíveis e que você adota como seus. A segunda forma é a inconsciente, buscamos aqui os traços e se possível incorpora-los e não temos consciência porque fazemos ou porque escolhemos certa pessoa para amar ou odiar. As pessoas tendem a buscar, para se unirem, parceiros semelhantes, na aparência física, inteligência ou, até mesmo, com preferências iguais, enfim, procuram uma semelhança para decidirem qual será a pessoa ideal para compartilhar suas vidas, além disso tentam buscar, na repetição, a semelhança da relação dos seus próprios pais, ou seja, a aproximação com a mesma felicidade e união se assim o tiveram e vice versa. Nossa escolha da pessoa amada ,evidenciando que o que tem por trás da pessoa que escolhemos para amar na vida adulta, nada mais é que uma representação do amor e cuidado que recebemos na nossa infânci. A identificação,pode ter um caráter de dois valores desde o início, pois a criança pode ter um sentimento enorme de ternura, identificando-se com pessoa amada; ou o contrário, identificando-se com quem ela não ama.O sujeito pode identificar-se não só com a parte integrante do outro que seja visível, mas também “com as emoções, sentimentos, afetos, desejos e até fantasias, ocultas na vida interior da outra pessoa esta seria uma identificação não visível (inconsciente).Para que a identificação seja parte integrante e normal do desenvolvimento da criança,sugere-se que, tanto o ambiente, quanto os cuidados passados para esta, sejam pertinentes a cada fase, e que satisfaçam às suas necessidades primordiais relevantes ao período em que está vivendo, mas estes cuidados não podem ser exagerados e nem diminutos. A criança necessita de um pai presente para que se identifique com este e de uma mãe que a proteja e que ao mesmo tempo não seja tão sedutora com a criança, ou seja, a mãe não deve disponibilizar um cuidado extremo para a criança, impondo, também, quando necessário, limites para sua formação. Pode ocorrer também a identificação defensiva, quando a criança está sendo ensinada a viver em sociedade, e as exigências pessoais internas dos pais são passadas para o filho, a criança então forma sentimentos de punição, agressão, raiva, gerando um conflito interno e interiorizando estes padrões, formando, assim, um traço de caráter rígido. O vínculo inicial com a mãe começa no processo de amamentação, com o seio e na incorporação do alimento na primeira mamada que é repassado pela mãe. é neste momento da incorporação, em que as simbolizações ainda não existem, que a criança sente ter a mãe dentro de si. Como há uma falta de simbolização, a criança precisa de algo que seja concreto para que ocorra a incorporação e assim sucessivamente ocorra a identificação que, neste caso, será o leite e o seio da mãe.É tudo muito complexo mas se vc não sabe porque fez suas escolhas e isso esta lhe causando sofrimento, busque a ajuda de um psicanalista este irá lhe ajudar a desvendar os mistérios do seu inconsciente.