SENTIMENTO DE VAZIO, DESVALIMENTO, DOENÇA DO SÉCULO.

A psicologia se defronta cada vez mais com um tipo de mal estar cuja incidência aumenta a olhos vistos. Será algo novo? Não, porém o que nos alerta é o número de pacientes com queixas muito similares, e que muitas vezes tem sido diagnosticados com algum equívoco, conduzidos a tratamentos inadequados, que resultam no abandono do tratamento por não se sentirem atendidos na sua demanda. Até aí nem uma novidade, pois Freud em 1926 já citava pacientes portadores de uma angústia aiutomática e desamparo. Com o impacto da chegada da contemporaniedade surge um número maior de pessoas com, as quais pertencem a um grupo psicopatológico que chamamos portadores da patologia do desvalimento ou vazio. Estes pacientes apresentam uma desconexão com a realidade, em diversos níveis,com um estado mental de desistência e completa desmotivação pela vida, não desejam nada e se acomodam no estado letárgico e monotono de viver sem aspirações ou expectativas e é aí que entra a questão do diagnóstico equivocado, simula um quadro de depressão sem tristeza,neuroses traumáticas,transtornos alimentares,abuso de substâncias. violência vincular e somatizações diversas.O que diferencia de qualquer outro diagnóstico é exatamente o traço de um vazio afetivo e emocional. Nesse vazio instala-se o desamparo o temor de sucumbir de não dar conta das responsabilidades da vida contemporanea. Há uma falta de registro na que não foi suficientemente investida na primeira infância onde a mãe organiza o mundo sensível( nomina o que é dor, contém a angústia etc..)é nesta base que se desenvolve o Ego do sujeito quando não há ou o investimento do afeto é muito precário nas primeiras semanas de vida a percepção que não foi investida, nominada para a criança irá impossibilitar o desenvolvimento saudável da crinaça instalando-se assim um vazio afetivo. Este vazio se apresenta na clínica aparece na forma de apatia faz com que o sujeito se torne insensível a dor o sujeito é incapaz de pensar o mundo externo sendo que não consegue nominar o vazio que sente. É necessário que ai  possamos fazer a diferença entre depressão, tristeza e depressão sem tristeza, a primeira há a perde de algo ou alguém e na segunda não houve perda essa nunca existiu, a pessoa não tem com quem ou com o que se identificar. O trabalho do analista é ardúo, para que a experiência da análise possa se construiir uma identificação para que esse sujeito passe a existir no mundo. Essas pessoas cumprem geralmente sua vida na constituição de uma família, na manutencão em bons cargos em corporações, contudo toda e qualquer expressão para o mundo exterior costuma ser desqualificada de afeto. Costumam ser cordiais quando manifestam sua apatia e agressivos quando tendem a sair do estado apático. Muito frequentemente o portador da patologia do desvalimento (vazio), mergulha na dependência quimica, na compulsão sexual ou nos transtornos alimentares meio dos quais se serve para preencher o vazio interno, também encontramos uma gama de sintomas somáticos como forma expressiva desse vazio, nada parece os motivar, parecem desconectados de tudo a sua volta, no seu processo de vida, nos relacionamentos estabelecidos e em tudo relacionado a vínculos afetivos. O que fazer diante deste quadro desolador e melancolico? só existe uma alternativa que é a psicoterapia ou a análise, acredite isto é possível.